O Manchester United iniciou o jogo com uma equipa titular, que pretendia passar a seguinte mensagem: “nós temos a nossa identidade e não a alterámos em função do adversário, mesmo que essa seja a melhor equipa do mundo”. Tacticamente o UM jogou contra o Barça da mesma forma que joga contra o Wigan. No Barcelona admiro a forma como Guardiola espicaça os seus jogadores antes dos jogos, que sempre com grande humildade, elogia o adversário e "aparentemente" desmotiva a sua equipa: “ Se jogarmos como em 2009 não ganhámos”. Este alerta foi muito importante no sentido de motivar uma equipa que já ganhou tudo que havia para ganhar.
Nos primeiros 15 minutos o MU tentou pressionar alto o Barça, tentando explorar as costas de Mascherano (na maior parte das vezes, porque este revela mais dificuldades que Piqué a defesa-central), através de passes longos tendo como referência Chicharito. Mas depois o tiki-taka começou e nunca mais acabou. Chicharito poucas vezes tocou na bola e apenas alguns lampejos de Rooney criavam dificuldades à organização defensiva do Barcelona.
O maior problema do MU foi deixar Carrick completamente só contra os artistas do Barcelona. Giggs até se esforçou para ajudar Carrick, mas como era o elo de ligação com o ataque, tinha de subir no terreno, só que depois a sua velocidade de

Foi um jogo memorável para quem é adepto deste desporto. Era evidente a frustração dos jogadores do MU por não conseguirem ter a bola, quando estão tão habituados a viver com ela. O Barça com um futebol apoiado, onde os seus extremos (Villa e Pedro) procuram principalmente espaços interiores / centrais, deixados ao “abandono” por Messi que recua para pegar na bola, deixando as linhas para os laterais (neste caso D.Alves assume mais preponderância que Abidal). Quando um jogador tem a bola, dois ou três jogadores da sua equipa aproximam-se, criando sempre linhas de passe e há a preocupação de um jogador pedir de caras com o portador da bola, fazendo a função de pivot nos espaços entrelinhas. Esta aglomeração em torno do portador da bola permite ao Barça ser muito forte em posse de bola, mas também muito agressivo nos momentos de transição ataque-defesa, porque no local onde perde a bola tem sempre 2/3 jogadores preparados para a ganhar logo de imediato. O Barça pressionou alto e de forma agressiva o jogo todo, e assim surgiu o 3ºgolo.
É importante salientar também a preponderância que os dois guarda-redes têm nas suas equipas, que se revela não só nos momentos defensivos em que são chamados a intervir, mas também na organização ofensiva da equipa quando são chamados a jogar com os pés, participando na manutenção da posse de bola.
Ganhou a melhor equipa, a melhor ideia de futebol…e como referiu Luis Freitas Lobo…”Acima disto já não há mais nada”.