Ao analisar a equipa do Marítimo na Liga Europa contra o BATE, equipa líder do campeonato da Bielorussia, verifico que o onze inicial é constituído por nove jogadores brasileiros, um senegalês e um português (Ricardo Esteves). Este, é o estado geral dos clubes portugueses, existe um excesso de jogadores estrangeiros, que começam a inundar de forma abusiva os escalões de formação. Na minha ideia é urgente inverter esta tendência, para bem do futuro do futebol / jogador português.
O Marítimo arriscou, jogou o jogo pelo jogo, contra uma equipa, que para mim, é do seu nível. Contudo, existem algumas razões para explicar o resultado final:
1) Em organização defensiva, a ideia passava por pressionar apenas quando o adversário ultrapassava a linha do meio campo, e assim, não souberam criar dificuldades aos defesas contrários no inicio do processo ofensivo do BATE, porque deixavam os defesas ter a bola, quando as suas fragilidades técnicas eram evidentes.
2) Em organização ofensiva, tentavam manter a posse de bola, mas com uma tendência excessiva em atacar pelo flanco esquerdo, onde era o lateral Alonso que dava amplitude e profundidade ao jogo. Um treinador adversário atento, bloqueava facilmente este jogador. Os médios-ala flectiam para o interior, abrindo espaço à subida dos laterais.
3) Pouca capacidade de Marquinho para desequilibrar, que era a referência nos momentos de transição defesa-ataque, devido à sua velocidade.
4) Quando uma equipa ataca deve preocupar-se com o seu equilibrio defensivo, e isso não aconteceu. R.Sousa era o médio centro que ficava responsável por esse equilibrio e Miranda tinha mais liberdade para atacar. Isto, criou um desequilibrio no lado esquerdo do Maritimo, devido às constantes subidas de Alonso. Resultado: dois golos do BATE surgiram pelo flanco esquerdo, devido a atrasos na recuperação defensiva e mau posicionamento do lateral, principalmente em fechar o espaço lateral/central.
5) O Marítimo não teve capacidade para entender os momentos do jogo, não soube ter concentração no momento de maior fulgor ofensivo do adversário. Os jogos passam por diferentes momentos e as equipas devem saber adaptar-se às diversas circunstâncias. Apesar de algumas oportunidades para marcar, sofreu três golos em quinze minutos.
Olheiro: Danilo Dias, de 24 anos, ex- Ipatinga, parece ser um jogador interessante, com boa técnica, contudo não é ao lado de Babá que pode render mais. É um tipico nº10, que gosta de ter a bola e deve jogar de trás para a frente.