quinta-feira, 26 de agosto de 2010

(Sobre)Viver na Europa


Ao analisar a equipa do Marítimo na Liga Europa contra o BATE, equipa líder do campeonato da Bielorussia, verifico que o onze inicial é constituído por nove jogadores brasileiros, um senegalês e um português (Ricardo Esteves). Este, é o estado geral dos clubes portugueses, existe um excesso de jogadores estrangeiros, que começam a inundar de forma abusiva os escalões de formação. Na minha ideia é urgente inverter esta tendência, para bem do futuro do futebol / jogador português.
O Marítimo arriscou, jogou o jogo pelo jogo, contra uma equipa, que para mim, é do seu nível. Contudo, existem algumas razões para explicar o resultado final:
1) Em organização defensiva, a ideia passava por pressionar apenas quando o adversário ultrapassava a linha do meio campo, e assim, não souberam criar dificuldades aos defesas contrários no inicio do processo ofensivo do BATE, porque deixavam os defesas ter a bola, quando as suas fragilidades técnicas eram evidentes.
2) Em organização ofensiva, tentavam manter a posse de bola, mas com uma tendência excessiva em atacar pelo flanco esquerdo, onde era o lateral Alonso que dava amplitude e profundidade ao jogo. Um treinador adversário atento, bloqueava facilmente este jogador. Os médios-ala flectiam para o interior, abrindo espaço à subida dos laterais.
3) Pouca capacidade de Marquinho para desequilibrar, que era a referência nos momentos de transição defesa-ataque, devido à sua velocidade.
4) Quando uma equipa ataca deve preocupar-se com o seu equilibrio defensivo, e isso não aconteceu. R.Sousa era o médio centro que ficava responsável por esse equilibrio e Miranda tinha mais liberdade para atacar. Isto, criou um desequilibrio no lado esquerdo do Maritimo, devido às constantes subidas de Alonso. Resultado: dois golos do BATE surgiram pelo flanco esquerdo, devido a atrasos na recuperação defensiva e mau posicionamento do lateral, principalmente em fechar o espaço lateral/central.
5) O Marítimo não teve capacidade para entender os momentos do jogo, não soube ter concentração no momento de maior fulgor ofensivo do adversário. Os jogos passam por diferentes momentos e as equipas devem saber adaptar-se às diversas circunstâncias. Apesar de algumas oportunidades para marcar, sofreu três golos em quinze minutos.

Olheiro: Danilo Dias, de 24 anos, ex- Ipatinga, parece ser um jogador interessante, com boa técnica, contudo não é ao lado de Babá que pode render mais. É um tipico nº10, que gosta de ter a bola e deve jogar de trás para a frente.

3 comentários:

  1. Grande mister!
    As referências do Marítimo são o Bruno e o Djalma, que infelizmente está lesionado!
    É muito forte nas transições ofensivas e cria muitas oportunidades!
    De resto, estou de acordo em tudo, o Marítimo joga com duplo-pivot e isso não favorece a equipa nas transições defensivas, por incrível que pareça!!! Ass. Cunha

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  2. Caro amigo!
    Sem duvida que o Bruno poderá ser uma referência para a equipa, no que concerne à organização ofensiva, pese embora a sua idade.
    Contudo, esta análise reporta-se exclusivamente ao jogo com o BATE, onde o Djalma foi suplente utilizado, entrando para o lugar de Tchô. Concordo, quando diz que o Djalma é muito forte nas transições ofensivas, mas quando entrou o Marítimo já andava atrás do prejuízo.
    Continue a deixar as suas ideias
    Abraço

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  3. Aqui deixo um abraço e um elogio a um colega de turma e Faculdade que tem potencialidades para triunfar no futebol.
    Apesar dos milhares de km que nos separam neste momento, n deixo de deixar aqui um comentário a esse jogo que vi pela tv.
    A análise parece-me bastante boa, mas julgo que o grande problema não passou pelo que foi visível, palpável, mas sim por um estado de espírito fraco, onde a equipa do máritimo foi crescendo na 1ª parte e onde acreditou que o encontro já estava ganho ao intervalo.
    Continua o bom trabalho.

    Saudações londrinas

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