Analisando o percurso de Paulo Sérgio no Sporting C.P e de AVB no F.C.Porto, fica evidente, que as ideias de jogo de cada um são muito divergentes, bem como, o caminho que cada um escolheu para construir uma forma de jogar para as suas equipas.

O surgimento deste tipo de jogo resulta de um processo de treino, que contém a emotividade que o jogo comporta. O treino é assim um espaço aberto, onde os problemas do jogo surgem previamente no treino, porque há a necessidade de se decidir sistematicamente para que as coisas que pretendemos que sejam evidenciadas em jogo surjam na forma de piloto automático, isto é, de forma inconsciente. Desta forma, os jogadores decidem sem pensar. Sobre isto, lembro-me de há uns dias atrás ver o Barcelona a manter a bola na sua grande área, isto porque a vontade de manter a bola está completamente incorporada nos seus jogadores e já surge inconscientemente. É isto que se quer com o treino, mas antes disso as ideias têm de estar bem claras na cabeça do treinador.
Contudo, no futebol, principalmente nos escalões de formação, desde idades muito baixas, o que não falta são contextos de treino fechados, com os treinadores a quererem decidir pelos jogadores, como se de um jogo de “playstation” se tratasse. Quando não estão os treinadores, os pais tomam o lugar destes. Nestas situações os jogadores não têm critério, não são levados a pensar, porque estão muito conscientes (em função dos constantes “feedback’s” – passa, remata, chuta, etc.), não decidindo de forma livre e de acordo com os princípios de jogo da sua equipa, que não nos dão uma ideia fixa de resolver um problema do jogo.

PS: Gostava de felicitar o Professor José Guilherme pela nova etapa que vai iniciar na Académica, tem competência para o cargo e um conhecimento invulgar do Futebol.
Excelente artigo, que deveria ser lido por todos os treinadores que iniciam o seu trabalho numa equipa. Muitos parabéns por este blog de grande qualidade.
ResponderExcluirSaudações desportivas
Bruno Costa